quarta-feira, 27 de abril de 2011

A cor... ou falta dela? - Proposta nº 3

A cor sempre marcou presença em todos os elementos da nossa vida quotidiana. Já na pré-história os elementos básicos da vida tinham cor. O céu já era azul. A erva já era verde. E essas características foram-se mantendo inalteradas, daí que ao azul se associe frequentemente o céu (aliás, "azul céu" é muitas vezes referenciado como cor), por exemplo. Este facto permite que diferentes cores sejam associadas a, de acordo com diferentes perspectivas também, qualidades e acções. O vermelho adquire, entre muitos outros, significados de paixão e amor. De entre todos os vermelhos, muitos são característicos. Dentro do mundo automóvel, por exemplo, o vermelho é associado a duas marcas: Ferrari e Alfa Romeo. Os outros vermelhos são apenas isso, outros vermelhos. Talvez por isso, quando um automóvel desportivo é apresentado com uma cor encarnada viva, seja, por vezes, referido como "apresentado num vermelho à la Ferrari.




As outras cores também acabaram por ter associações. No trânsito, as diferentes cores representam diferentes tipos de sinais. O azul reporta-se à obrigação. O vermelho à obrigação e proibição. O amarelo ao perigo. Mesmo nos semáforos, o vermelho obriga à paragem, o amarelo recomenda-a e o verde permite a passagem. E é assim em todo o Mundo. É assim que a cor influencia a nossa vida. Estamos já formatados para perceber aquilo de determinada forma consoante a cor. Sem cor... perdem-se muitos dados essenciais.

Por exemplo, sem cor, como distinguir os equipamentos de selecções nacionais a não ser pelos símbolos, quando estes perdem a sua cor característica?




Já não se associaria a Portugal um equipamento com uma coloração mais cor-de-rosa nem à Nigéria um equipamento mais azulado, até porque as suas cores são, respectivamente, vermelho e verde.

Da mesma forma a comunicação transmitida por determinados elementos acabaa por sair transfigurada com uma simples mudança de cor. E é este facto que nos leva a uma importante conclusão: a cor é inata à percepção daquilo que vemos. Porque sem cor, o mundo não era azul e castanho, os Ferraris não eram vermelhos e a Nigéria não usava o verde.


Assim, as nossas propostas de cor são:

(as imagens originais são apresentadas logo a seguir às modificadas)







Memória descritiva

A proposta 3 tinha como objectivo manipular os elementos constituintes de composições ao

nível da cor e manipular os seus elementos constituintes de forma a alterar o significado da

mensagem visual vinculada.

A primeira imagem que nos ocorreu alterar foi um logótipo. Escolhemos o da Sony Ericsson, que se mantém inalterado há muito tempo, com uma cor verde. O que acontece se passar a vermelho? Foi o que tentamos, e a imagem alterou-se completamente. A associação à ecologia (um dos pontos fortes da marca) simplesmente já não é feita. O vermelho é completamente antagónico ao carácter ecologista do verde. Agora, pode ser-lhe atribuído um carácter mais apaixonante e emotivo.

A seguir, lembramo-nos do mundo da música. Utilizamos a capa do "Battle For The Sun", dos Placebo, que na sua versão original representava um eclipse num fundo azul (o céu). Decidimos passar uma mensagem mais caótica, de fim do mundo. E o eclipse "desapareceu": a imagem pode, agora, ser associada a uma erupção vulcánica, por exemplo.

Por fim, e para saber o que acontecia quando um Ferrari perdia a sua cor característica (o vermelho), tentamos colorir um veículo com cores algo psicadélicas. A história de paixão e desporto do vermelho Ferrari desapareceu. Agora podemos antes ver um carro que passa uma mensagem mais exuberante ainda.

Como experimentamos, uma simples troca entre cores alterou completamente o significado da mensagem em diversos domínios da nossa vida.

Sem comentários:

Enviar um comentário